É importante notar que, mesmo não tendo saído exatamente como planejado, Tim completou sua primeira maratona em impressionantes 3 horas e 28 minutos. Ele é do tipo que gosta de se cobrar e estabelecer padrões altos – e não tem medo de enfrentar os desafios. Isso porque o trabalho de Tim é ainda menos compatível com o treino para maratonas do que uma típica carreira 9-5.
Trabalhar como comissário de bordo em uma grande companhia aérea europeia significa que não existe rotina para Tim. “Minha vida hoje é muito mais complicada do que quando corri minha primeira maratona”, observa. “Tenho que lidar com jet lag, horários irregulares, acordar às três da manhã e chegar depois da meia-noite. Não tenho todos os sábados ou domingos livres. Não tenho folgas durante as férias escolares. Meu calendário de trabalho não é nada previsível.”
Apesar do jet lag, fadiga, mudanças de clima e todos os desafios que viajar pelo mundo implica, Tim não apenas treina para maratonas, como busca tempos que poucas pessoas conseguem atingir. Seu próximo objetivo é quebrar a barreira das 2h30.
“Eu quero correr uma maratona”
“Por que 42 km?” Tim reflete quando pergunto o que o atrai nesse evento específico. “Por que essa distância e não uma simples corrida de 5 km? Notei que sou mais um corredor de longa resistência do que de velocidade. Tenho um desempenho razoável nos 5 km, mas minhas qualidades e capacidades se destacam muito mais na maratona.”
Mas, como costuma acontecer, nem a corrida nem a maratona foram suas primeiras incursões no esporte. Tim nasceu em Bonheiden, uma cidade urbana com um toque rural, na província de Antuérpia, Bélgica. Crescendo nos anos 90, como a maioria dos garotos europeus, era entusiasta de futebol. Ao ingressar na universidade, mudou seu foco para o triatlo, mas logo percebeu que um foco era melhor do que três. Correr, diferente de nadar ou pedalar, não exige equipamentos ou instalações específicas, tornando-se um desafio acessível para alguém sempre em movimento. Assim, ele ajustou seus objetivos.
Rapidamente, Tim completou algumas distâncias: 5 km, 10 km e, então, a inevitável meia-maratona. “Depois disso, pensei comigo mesmo: ‘Estou desafiado, mas ainda não o suficiente’”, lembra. “Então decidi: ‘Um dia, vou correr uma maratona.’”
Isso aconteceu em 2016, quando Tim admite que era movido pela confiança juvenil, mas sem ideia de como realmente trabalhar para atingir esse objetivo. “Naquela época... eu não tinha treinador. Não sabia nada sobre equipamentos, nutrição, treinos, alimentação, nada”, confessa. A única coisa que Tim usava era um aplicativo de corrida e sua determinação pessoal. “Eu pensei: ‘Vamos tentar!’ Não tinha ideia do que esperar, não sabia o que levar ou quando usar. Nem mesmo levei géis durante aquela corrida.”
Como sabemos agora, aquela primeira maratona não foi um ponto alto para Tim. Na verdade, ele quase desistiu da ideia de competir totalmente. Mas algo sobre a maratona continuava a chamá-lo. Há também o prestígio das maratonas: os grandes eventos, os majors internacionais aos quais se pode aspirar, e a sensação de realização que vem de competir e completar essas corridas. “A maratona é uma disciplina grande e popular por causa da mídia e dos atletas”, observa Tim. “E é por isso que sou atraído pela distância da maratona em vez de outras distâncias. Meu objetivo agora é alcançar certas metas dentro dessa distância.”
Após a primeira corrida decepcionante, ele precisou retornar ao desafio da maratona.
By his third attempt, he cruised past the sub-three-hour marathon milestone with a time of 2:55:32. "Gradually, I started getting better at running marathons," Tim modestly notes, "and then my goal was to run faster every single marathon."
Uma nova estratégia
Em 2018, quase três anos após sua primeira tentativa decepcionante, Tim sentiu-se pronto para tentar novamente. Mas ele sabia que, desta vez, não poderia improvisar. “Mudei de ideia sobre maratonas e pensei: ‘OK. Talvez eu possa me sair melhor. Talvez eu deva me preparar um pouco mais. Talvez eu deva pesquisar mais.’” Agora, ele também tinha o desafio adicional de conciliar o trabalho como comissário de bordo, algo que não precisava gerenciar durante os treinos alguns anos antes. Desta vez, ele precisava de ajuda.
Tim recorreu ao primo, treinador de triatlo, como seu primeiro coach. “Comecei a usar bons tênis de corrida. Comecei a pesquisar sobre nutrição. E tudo começou a se encaixar.” Ele correu sua segunda maratona na Holanda naquele ano, registrando impressionantes 3 horas e 2 minutos. Na terceira tentativa, passou pela marca da maratona sub-3 horas com um tempo de 2:55:32. “Gradualmente, comecei a melhorar nas maratonas,” observa Tim modestamente, “e então meu objetivo passou a ser correr mais rápido em cada maratona.”
É uma meta que ele tem alcançado com incrível consistência. Em setembro passado, Tim correu sua 10ª maratona, desta vez em Berlim, alcançando um novo recorde pessoal de 2:34:44. “Então, estou chegando lá devagarinho,” ele sorri. “Virou mais uma paixão do que um esporte. Sabe o que quero dizer?”

Correndo para o paraíso
Enquanto Tim continua a deixar todas essas metas de corrida para trás, a pergunta óbvia permanece: como, diabos, ele equilibra seu treinamento com um trabalho que desafia os principais requisitos para se preparar para uma maratona? Especificamente, descanso e recuperação de qualidade. Uma programação de treinos regular. Até mesmo hidratação e nutrição consistentes.
“Obviamente, é meu trabalho em tempo integral,” admite Tim, falando sobre ser comissário de bordo. “É minha fonte de renda, então se tenho que escolher uma ordem, obviamente o trabalho vem primeiro. Mas isso não significa que o treino precisa vir em segundo. Trabalhar não significa que você não possa treinar. É só uma questão de organizar os treinos para se encaixarem no trabalho. Se eu voo de manhã cedo, treino à tarde. Se voo à tarde, treino de manhã.”
Tudo bem quando suas manhãs e tardes estão no mesmo destino. Mas frequentemente, Tim se encontra longe de sua casa na Bélgica, em lugares como República Dominicana, México e Zanzibar. Como ele (e seu corpo) lidam com essas mudanças dramáticas de fuso horário? “Há 24 horas em um dia, e sempre há tempo para treinar,” dá de ombros. “Alguns dias são mais difíceis que outros, mas sempre há tempo para treinar. Sabe, se você quer algo, você consegue.”
Quando pressionado, Tim admite que equilibrar seu tipo específico de trabalho com um cronograma de treinos rigoroso realmente apresenta desafios. “Minha vida é muito mais complicada e difícil do que antes,” confessa, “o que na verdade não faz sentido, porque agora estou correndo mais rápido e ainda melhor do que durante minha primeira maratona. Mas tenho uma equipe incrível me apoiando, e todo o treinamento me ajuda a melhorar cada vez mais, a cada corrida.”

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Limites e negociações
“Correr é a minha vida,” observa Tim, “e eu tenho uma namorada e uma família.” Sien, sua parceira, é claramente um apoio constante, muitas vezes o abraçando nas linhas de chegada das maratonas.
Então, como ele consegue manter um relacionamento com a namorada e a família, além de equilibrar seu trabalho e treinamento? “Sien e minha família se adaptam à minha situação, em vez de eu me adaptar à deles,” aponta Tim. “Se meus pais dizem, ‘Ei, podemos nos encontrar domingo às 15h?’ eu respondo, ‘Vamos às 17h, porque ainda preciso treinar às 13h.’ Pode parecer egoísta, mas correr é minha prioridade. Sou muito grato por eles entenderem a situação e saberem o que estou tentando alcançar.”
Ao discutir como negocia seu tempo para todas as coisas importantes, fica claro que sua abordagem é menos centrada em si mesmo do que pensa. Ele estabelece limites e oferece alternativas quando uma sugestão não funciona para ele, ajudando a encontrar o equilíbrio necessário.
Como parece, Tim frequentemente lida com negociações delicadas. Será que sente que está perdendo algo? “Não sinto que tenho que sacrificar algo,” ele refuta. “É mais pelo amor ao esporte, pela paixão pelo esporte, do que sacrificar-me para colocar outras coisas de lado.”
The "human part," as Tim puts it, is recognizing that he is indeed human. There is an essential level of adaptability and self-care that his demanding schedule requires.
Equilibrando jetlag e suor
“Desde 2018 até agora, em 2025, tive três treinadores,” aponta Tim ao falar sobre sua abordagem de treinamento. “Com o tempo, percebi que preciso de um coach que entenda que não posso render 100% todos os dias. Tento render 100%!” ele brinca, “mas quando estou em voos longos, estarei exausto. Então, ter um treinador que compreenda meu trabalho é essencial. Coach e atleta precisam estar no mesmo nível. Um bom treinador entende a parte física do treino e a parte humana.”
A “parte humana”, como Tim coloca, é reconhecer que ele é de fato humano. Seu cronograma exigente requer adaptabilidade e autocuidado. “Quanto à hidratação e nutrição, preciso de uma rotina diária, absolutamente,” destaca Tim. “É muito, muito importante abastecer o corpo da forma certa. E na hora certa também. Obviamente, com sono e jetlag, isso complica um pouco. Minha maior recomendação é se adaptar o mais rápido possível ao horário e à rotina local.” Ao viajar para maratonas, ele se certifica de chegar com bastante antecedência para permitir essa adaptação. “Sempre tento chegar bem antes para evitar o jetlag.”
Como ele se mantém hidratado em voos e em destinos úmidos? “Levo meu próprio pó isotônico comigo para todo lugar,” diz Tim, “especialmente quando estou em lugares tropicais. Tem muitos carboidratos e açúcares rápidos, que ajudam meu corpo a estar bem abastecido e hidratado. Também uso comprimidos de sal, porque dá para suar muito nesses lugares.”
Metas de vida a longo prazo
Com dez maratonas e um tempo abaixo de três horas em seu currículo, quais são os próximos alvos de Tim? “Meu objetivo é correr todas as grandes maratonas,” ele entusiasma. “Em 2022, corri a Maratona de Boston, que também foi minha primeira major, então foi bem especial.” Ele não conseguiu entrar na loteria para a Maratona de Londres deste ano, então voltou sua atenção para Viena, em abril, “um percurso plano e rápido,” para manter o foco.
O destino em si não influencia tanto na escolha do evento. “Quando estou correndo uma maratona, fico totalmente focado nos 42 km,” explica Tim. “Vivo basicamente em minha própria bolha. Fico concentrado no que devo fazer, quando beber, quando tomar meus gels, conferir meu pace, o relógio Polar, como estou me sentindo, esse tipo de coisa.”
Ele também já enfrentou contratempos. “Ano passado, em março, corri Tóquio, outra major, mas tive uma lesão séria algumas semanas antes,” lembra. “Então ajustamos meu objetivo. O plano original era fazer um novo PR. Esse é meu objetivo em todas as maratonas: me tornar mais rápido e render melhor a cada vez. Mas, em algum momento, você precisa ouvir o corpo. Então meu objetivo em Tóquio foi me divertir e aproveitar.”
“Meu grande conselho é comparar seu desempenho apenas consigo mesmo,” recomenda Tim. “Não comparo minhas performances com as dos outros porque isso me desmotiva. Só comparo com meu próprio histórico.” Com essa mentalidade, ele tem metas de tempo para os próximos anos? “Quero ficar mais rápido. Quero correr uma maratona em 2h20. E, passo a passo, estou chegando lá,” diz com um sorriso. E depois disso? “Talvez uma maratona em 2h15? Não sei. Quero também fazer um Ironman completo, mais pela experiência. Então me pergunte isso daqui a três ou quatro anos.”
É fácil imaginar alguém tão determinado quanto Tim buscando novos objetivos pelo resto da vida. Ele se vê assim? “Sim, tenho certas ambições. Tenho metas que quero alcançar e às vezes preciso sacrificar minha vida social ou até familiar para perseguir esses sonhos e atingir esses objetivos.” Mas ele também tem a determinação de conquistar o máximo de realizações enquanto pode.
E talvez em breve a família cresça. “Quando tivermos filhos, tenho certeza de que minha vida será completamente diferente,” reconhece Tim. “Meus objetivos de corrida provavelmente vão mudar quando meus objetivos de vida mudarem.” Mas com tanta experiência equilibrando agendas caóticas, não é difícil imaginar que ser pai de uma nova geração de corredores de maratona será mais um desafio que Tim certamente vai superar.
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