Enquanto o mundo começava a se recuperar da morte de Kurt Cobain e se encantava com a explosão do Brit-pop liderada pelo Oasis (sim, “Wonderwall” já tem 30 anos), nos preparávamos para a revolução da internet — o Google ainda estava a dois anos de distância, mas o Windows 95 foi um grande marco. Tecnologia esportiva naquela época significava um cronômetro e, talvez, um par de tênis de corrida realmente bom. Monitores de frequência cardíaca existiam, mas eram principalmente para atletas sérios; a faixa peitoral era o padrão. GPS para sua corrida diária? Nem pensar — nem mesmo no carro! Em 1995, “wearables” provavelmente eram mais sobre pochetes do que sobre rastreadores de fitness. O gadget mais sofisticado que você provavelmente podia usar era um pager, reservado para médicos ou, talvez, para aquele tio muito importante.
No mundo dos esportes, o foco maior não estava nos gadgets, mas no retorno de Michael Jordan à NBA após a aposentadoria — ele não precisava de nenhuma tecnologia vestível para provar que era o GOAT. Imagine contar para alguém que seu relógio podia dizer como você dormiu na noite anterior, quantas calorias queimou ontem e qual era sua frequência cardíaca e temperatura da pele — provavelmente diriam que você assistia Star Trek demais.
Mas, em 1995, uma empresa do norte da Finlândia, a Polar (sim, nós mesmos), já trabalhava com tecnologia vestível há bastante tempo. A empresa havia lançado o primeiro monitor de frequência cardíaca sem fio do mundo quase 15 anos antes, e seu fundador, o Professor Seppo Säynäjäkangas, já havia imaginado um “microcomputador preso ao pulso que monitora constantemente o estado de saúde do usuário: temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca, ECG e alertas para quaisquer anormalidades.” Essa visão é a base dos relógios esportivos e smartwatches de hoje.
A tecnologia ainda não havia alcançado totalmente essa visão, mas novos produtos intrigantes e inovadores estavam chegando ao mercado. Naquele ano, a Polar lançou o primeiro relógio esportivo a carregar o icônico nome Vantage: o Polar Vantage NV.
“Parabéns pela compra do Monitor de Frequência Cardíaca Polar Vantage NV! Você agora é o proprietário do HRM mais avançado e sofisticado do mundo, oferecendo recursos e desempenho superiores a qualquer outro HRM disponível.”

Foi assim que começava o manual do usuário do Polar Vantage NV, e não era exagero. O Vantage NV era muito mais avançado do que os relógios digitais comuns da época. Ele vinha com uma faixa peitoral elástica e um transmissor codificado para captar sinais elétricos do coração, oferecendo medições de frequência cardíaca extremamente precisas.
Esse conceito não está tão distante das soluções atuais, como parear um relógio esportivo moderno com um monitor de frequência cardíaca peitoral. Temos aperfeiçoado esse método há mais de 30 anos, então dá para entender por que nossos sensores de frequência cardíaca mais recentes são considerados o padrão ouro em monitoramento cardíaco.
“With Polar Vantage NV, users were able to set their individual upper and lower training thresholds, ensuring they were exercising within their target zone for effective cardiovascular or fat-burning workouts.”
Mas voltando a 1995, o Polar Vantage NV trazia uma tecnologia que permitia aos atletas não apenas monitorar a frequência cardíaca com precisão, mas também estimar a intensidade do treino e a recuperação com uma exatidão sem precedentes. O grande display do relógio estava repleto de dados valiosos de treino.
Graças às leituras de ECG captadas pela faixa peitoral, o Polar Vantage NV podia exibir simultaneamente a frequência cardíaca e a variabilidade da frequência cardíaca, permitindo que o usuário visse a relação entre a frequência cardíaca e os intervalos R-R (os tempos entre batimentos do coração). Essa tecnologia se tornou a base para recursos futuros da Polar, como o OwnZone, lançado em 1997, que introduziu as primeiras capacidades de treino com limiar pessoal do mundo.

Por exemplo, os usuários podiam definir seus limites individuais de treino, superior e inferior, garantindo que estivessem se exercitando dentro da zona-alvo para treinos eficazes de condicionamento cardiovascular ou queima de gordura. Acompanhar a frequência cardíaca ajuda a evitar o subtreinamento, quando a intensidade é baixa demais para gerar resultados, ou o overtraining, que pode levar à fadiga ou lesões.
Um relógio esportivo como o Polar Vantage NV eliminava as suposições do treino, permitindo que os atletas se baseassem em dados em vez de apenas na intuição. Isso possibilitava sessões de treino mais personalizadas e eficientes, seja com foco em resistência, desempenho ou condicionamento físico geral.

Hoje, a configuração de metas de treino é um recurso comum em qualquer relógio esportivo que monitore a frequência cardíaca, mas em 1995, essas inovações estavam revolucionando os métodos de treino, oferecendo a atletas e treinadores insights inéditos sobre a intensidade do exercício e as respostas fisiológicas.
Além disso, o Polar Vantage NV também contava com um recurso excepcional de recuperação: o Relaxation Rate. Com base em medições de variabilidade da frequência cardíaca, esse recurso fornecia informações sobre a recuperação física do corpo após exercícios ou estresse. O relógio indicava o Relaxation Rate em milissegundos (ms). Uma leitura mais alta significava maior variabilidade da frequência cardíaca e melhor Relaxation Rate, enquanto uma leitura mais baixa indicava menor variabilidade e maior nível de estresse físico e/ou mental. Por exemplo, pela manhã, os atletas podiam monitorar a frequência cardíaca e sua variabilidade para avaliar a recuperação e optar por exercícios mais leves quando necessário. Um recurso similar ainda está presente nos relógios Polar modernos, conhecido hoje como Teste Ortostático.
O Polar Vantage NV, com sua tecnologia e design esportivo — incluindo o icônico botão vermelho da Polar — abriu caminho para futuros avanços em tecnologia vestível, estabelecendo o padrão do que os atletas poderiam esperar de seus equipamentos de treino. Seu legado continua vivo nos relógios Polar modernos, e a série Vantage está mais forte do que nunca, graças ao novo Polar Vantage V3 — um relógio esportivo premium que realiza a visão de ter um microcomputador que monitora o bem-estar do usuário e oferece orientações para uma vida mais saudável e feliz.
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