Desde que me lembro, sempre quis fazer parte de um time. Não se tratava da glória de marcar o gol da vitória ou acertar a jogada perfeita. Não, para mim, a magia estava em outra coisa, algo muito mais fundamental: o simples ato de pertencer a um grupo.
Ainda consigo recordar a mistura de empolgação e nervosismo no início de cada temporada quando eu era criança. Vestir aquela camisa pela primeira vez, com meu número escolhido nas costas — sempre o 14 —, parecia um verdadeiro rito de passagem. Não importava se era basquete, futebol ou vôlei; cada esporte tinha seu próprio sabor de trabalho em equipe, mas o encanto central permanecia o mesmo.
Havia algo reconfortante em ser apenas mais um, todos trabalhando por um objetivo comum. Os treinos depois da escola, cheios de suor e determinação, tornaram-se uma rotina preciosa. As conversas no vestiário ecoavam com risadas e energia nervosa, criando laços que iam muito além do campo. E mesmo a frustração após uma derrota — que, sejamos sinceros, era mais comum do que a vitória — tinha seu efeito de união. Cada fim de semana, sabíamos que provavelmente enfrentaríamos uma derrota dolorosa, mas isso não importava: estávamos lá, de qualquer forma.
Era divertido, muito divertido, mas, olhando para trás, percebo que esses times ofereciam muito mais do que apenas atividade física. Foram minha introdução a fazer parte de uma comunidade. Aprender a coordenar com os outros, confiar nos companheiros e saber que eles confiavam em mim — essas eram valiosas lições de vida disfarçadas de brincadeira. Em essência, fazer parte de um time foi um curso intensivo sobre relações humanas e cooperação.

Checando a realidade
Naturalmente, minhas habilidades atléticas limitadas só me levaram até certo ponto, e não demorou para perceber que uma carreira profissional nos esportes não estava nos meus planos. Isso também significava abrir mão daquela sensação de pertencimento que vem de fazer parte de um time.
Correndo em equipe
Com o tempo, encontrei meu caminho de volta aos esportes através da corrida. Começou com algumas provas de 10 km, só por diversão, mas, com o tempo, minha paixão pela corrida se aprofundou. O que começou como um passatempo casual rapidamente se tornou um compromisso disciplinado, e me dediquei aos treinos e à perseverança exigidos para me tornar maratonista. Cada passo não apenas reconectava-me ao prazer da competição, mas também me lembrava da força que vem de superar os próprios limites.
É claro que correr é, na maior parte, um esporte solitário, e por um tempo eu abracei esse lado individual. Mas, depois de inúmeras sessões de treino sozinho, dia após dia, comecei a sentir falta da camaradagem de estar em equipe. Foi então que decidi me juntar a um grupo de corrida. Não se tratava apenas daquela sensação de pertencimento que eu tanto ansiava — isso também teve um impacto profundo no meu desempenho. De repente, os treinos de velocidade na pista ficaram mais suportáveis com o apoio e energia dos colegas ao redor, além do auxílio no ritmo. Até mesmo as longas corridas constantes se tornaram mais agradáveis, cheias de conversas. Treinar junto a outros corredores reacendeu minha motivação, lembrando-me que, embora a corrida seja uma busca individual, a jornada é muito mais rica quando compartilhada.
Além disso, me deu a chance de vestir uma camisa de equipe novamente, reacendendo aquele orgulho familiar de representar algo maior do que eu mesmo.
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Hoje, não consigo imaginar continuar minha modesta jornada na corrida sem fazer parte de um clube de corrida. Depois de anos em equipes, é fácil entender por que sou tão atraído por isso — o senso de comunidade que surge naturalmente dentro de um grupo. Há algo poderoso na experiência compartilhada de correr juntos. Quando treinamos e competimos como um time, vemos uns aos outros nos momentos de maior êxtase e nas horas mais difíceis. É um espectro completo de emoções: o cansaço após um treino intenso, a fadiga de ultrapassar nossos limites, a descarga de energia durante uma boa corrida, a empolgação antes de uma prova e o nervosismo que surge antes do tiro de largada. Ao longo de tudo isso, há um vínculo que só se fortalece com o tempo. Correr pode ser um esporte individual, mas o apoio coletivo e a camaradagem tornam cada passo muito mais significativo.

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